Casinhas de Prazer são as pequenas construções de invenção madeirense, que se julga terem derivado das Casas de Fresco exibidas nos jardins dos palácios europeus dos séculos XVIII e XIX, trazidas para a Madeira pela opulenta comunidade britânica que aqui vivia à época (sofrendo as devidas adaptações regionais).
Estas pequenas e belas estruturas arquitectónicas ficam situadas num dos extremos dos jardins das quintas funchalenses, sobranceiras à rua, sempre estrategicamente colocadas para aproveitar a paisagem, avistando-se ao fundo o mar. São espaços de lazer que se integram nos magnÃficos jardins, de que são, na verdade, a sua continuação.
Revelando uma enorme imaginação, são construÃdas com vários materiais e ostentam, por vezes, uma decoração elaborada. Todos os panos são amplamente rasgados por consecutivos fenestramentos que
se adossam uns aos outros e que possuem tapa-sóis em madeira, fasquiados de tradição romano-árabe, divulgados pela Madeira em princÃpios do século XVIII e ainda hoje subsistindo.
O interior continha geralmente mobÃlia de vime pintado com almofadas de cores garridas ou, nos melhores casos, requintadamente bordadas. Excepções notáveis eram as peças de mobiliário em madeira indÃgena: o vinhático. As janelas frequentemente suportavam leves cortinas.
Eram nestas construções românticas e lúdicas que se tomava um chá em famÃlia ou com os amigos, se tinha um momento de leitura ou bordado, um namorisco ao resguardo de inconfidências ou, até, espreitar os passantes sem ser visto.
Historiador Emanuel Gaspar